domingo, 10 de abril de 2011



"Você mora onde você mora, faz o seu trabalho, come o que você come, veste as roupas que veste, olha para as imagens que vê.
Você vive como pode viver. Você é quem você é.
Identidade” de uma pessoa, de uma coisa, de um lugar.
“Identidade”, só a palavra já me dá calafrios. Ela lembra calma conforto, satisfação.
O que é identidade?
Conhecer o seu lugar? conhecer o seu valor? saber quem você é? Como reconhecer a identidade?
Criamos uma imagem de nós mesmos e tentamos parecer com essa imagem. É isso que chamamos de identidade? A reconciliação entre a imagem que criamos de nós mesmos e nós mesmos? Mas quem seria esse "nós mesmos"
A identidade está fora. Fora de moda.
Exatamente. Então o que está na moda senão a própria moda?
Por definição, a moda está sempre na moda.
Identidade e moda seriam coisas contraditórias?
(...) O mundo da moda? Estou interessado no mundo, não na moda.
Mas talvez eu tivesse desprezado a moda rápido demais. " (Introdução do filme Identidade de Nós Mesmos-Win Wenders)


Desde a primeira vez que vi esse filme, há mais ou menos 6 anos, fiquei refletindo sobre essa introdução mas não tive vontade de escrever. Só agora, depois de algum tempo e várias reprises, consigo sentar-me em frente ao computador para escrever algo sobre esse assunto intrigante, que me consome no exato momento em que decido fazer algo que tenha a minha identidade, uma coleção que tenha a minha cara, o meu registro geral. Acabo de perceber que preciso fazer uma desintoxicação de registros alheios, aqueles que nos fazem amar muito tudo isso, curtir aquilo e adorar o que a maioria adora, mas será que esses registros são realmente alheios?  será que devo iniciar a busca pela minha identidade que nunca me preocupei em encontrar, por achar tudo isso muito confortável? Ok, então acho que devo começar pela raiz, o que tem em meus documentos, as informações precisas e os donos da história, o meu roteiro original, sem adaptações, a não ser as expontâneas, que chamamos de decisões da vida, necessárias pra justificar algo mais a frente.
Então começarei do começo, fazendo uma viagem para o lugar de onde vim, olhar em volta e ver o que realmente sou, o que realmente é meu, o meu registro. Acredito que isso seja encantador, ou melhor, uma viagem sem volta para o meu registro geral. E depois, os registros serão originais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário